Na imprensa de hoje, pelo menos, dois diários referiram-se à situação das finanças do futebol português. Entre as vendas e compras, o saldo é negativo para os clubes portugueses em 3,3 milhões de euros.
Transferiram-se para o estrangeiro activos no valor de 58,4 milhões de euros e importaram-se no valor de 61,7 milhões de euros.
Foi um ano em que a tendência foi claramente de inversão, pois nos últimos anos verificou-se o oposto.
Por outro lado, na imprensa de ontem, era dado a conhecimento público os valores astronómicos auferidos por alguns jogadores em Portugal.
A disparidade é de tal ordem que existem vários jogadores em Portugal que ganham por mês o mesmo que algumas equipas completas da Liga Sagres custam por mês.
A competição é feita, completamente, fora de uma concorrência leal, já que quem melhor paga, são aqueles que têm maior passivo (veja-se o JN de sexta-feira passada).
São estes dados que devem ser analisados e ponderados. Depois devemos e podemos discutir o jogo em si, mas ninguém duvide que, cada vez mais é mais difícil lutar em plano de igualdade no nosso futebol. A imprensa só vê os três grandes. Os patrocinadores, por consequência, só apostam nos três grandes, os espectadores e público em geral é induzido a apoiar um dos três grandes. A qualidade tende a diminuir. O jogo disputa-se para o ponto, Não há perigo nas balizas, apenas muita bola no meio campo, bonito, mas sem sabor, sem emoção, sem alma. O que vai animando são os erros dos árbitros.
E depois querem estádios cheios. Querem a festa do futebol, mas a maioria dos participantes apenas tem direito a apanhar as canas que caem do céu, porque tudo o resto vai apenas para três, no máximo, cinco emblemas.
Este é, no nosso modesto entendimento, o estado do futebol profissional na principal competição em Portugal.
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