JUSTAS HOMENAGENS

No 69º aniversário do Rio Ave F.C., sem desprimor para os demais homenageados, foram justamente galadoardos duas figuras do nosso clube.

Porque foi merecida a homenagem, e porque a gratidão nunca é demais, principalmente para aqueles que tudo deram em prol da comunidade sem esperarem receber nada em troca, é justo aqui realçar esse facto.

COSTA E SILVA, rioavista de quatro costelas, foi dirigente do clube durante mais de duas décadas. Sempre o vi como um rioavista, que colocava o clube antes de tudo o resto. Mais do que qualquer outro dirigente mereceu a entrega do galardão. Apesar de não pertencer aos actuais órgãos sociais, foi vê-lo em Santa Maria da Feira, com entusiasmo, alegria, a apoiar a equipa e no fim a festejar a subida. O Rio Ave F.C. precisa de muitos homens destes: pelo que foi no clube, pelo que deu ao clube e por apoiar o clube em todos os momentos, nos bons e nos maus.

MANUEL COSTA, foi considerado o treinador do ano pelos seus pares do Rio Ave F.C.. Vi-o sempre como um homem do clube: foi já jogador, dirigente e treinador das camadas jovens. Sempre pacato e ponderado, sabe como ninguém educar os jovens a seu cargo e, simultaneamente, ensinar-lhes a praticar futebol. É, sem sombra de qualquer dúvida, uma mais valia para o clube. Ao Sr. Costa, como entre os rioavistas é conhecido, deve o clube muito da formação, que nas últimas épocas têm sabido aproveitar nos escalões superiores e equipa profissional.

Com sócios e homens como estes, dedicados e apaixonados pelo Rio Ave F.C., é que o clube cria condições para um futuro melhor. É pena que não apareçam mais.

Mereceram a homenagem. Bem hajam.

Orgulho em ser vilacondense

Terminado o campeonato, 11 do corrente mês de Maio, Vila do Conde explodiu de alegria. O Rio Ave Futebol Clube, o "seu clube", acabara de subir de divisão, conseguindo-o apenas a dois minutos do final do jogo. No último minuto do prolongamento poderia ter-se consagrado Campeão Nacional da II Divisão (Liga Vitalis), se o Chidi após excelente jogada indiviudal tivesse concretizado a oportunidade (bem o merecia).

Viu-se, ainda no Estádio do Feirense, muitos dos adeptos a chorar de alegria, nas rádios vilacondenses a emoção transformou-se em dramatismo para quem as escutava. Era a hora, e bem, de enaltecer os jogadores, treinadores e departamento médico - quantas vezes ao longo da época incompreendidos, vexados, insultados. Mas nesse momento tudo estava esquecido. Tinhamos subido de divisão.

Viu-se o Eng.º Mário Almeida, Eng.º Paulo Carvalho, Paulo Fangueiro e Barbosa, entre outros, abraçarem os jogadores, a chorarem copiosamente. Passados cerca de quinze dias é tempo de se reconhecer, também, que há muito mérito destes elementos na subida de divisão - sempre acreditaram na subida. Nas suas diversas intervenções ao longo do ano, assumiram a subida e manifestavam confiança nos treinadores, jogadores e elementos do departamento médico. Sabemos lá as contrariedades porque passaram, os momentos de aflição que tiveram para gerir o clube. Sem dúvida que mereceram subir de divisão.

A todos estou agradecido, porque conseguiram que nós adeptos e os vilacondenses em geral, sentissemos e sentimos orgulho em sermos vilacondenses.

A Missão continuará?

Após a conquista da subida de divisão, que a todos os vilacondenses alegrou, os desafios elevaram-se.

Acredito que não se conquistou um bilhete de ida e volta.

Para que tal aconteça é importante que todos os associados unam esforços e apoiem o clube.

Tanto quanto pude analisar dos orçamentos e das contas aprovadas nas últimas AGs, a situação financeira do clube, apesar de ter melhorado, é periclitante: para se pagar dívidas, anteriores a 2004, ao Estado o clube teve de recorrer a empréstimos bancários - o que face às receitas previsíveis do clube, torna a gestão muito complicada. Parece-me que no fundo apenas terão transferido a dívida, julgo que com juros bem menos onerosos. Não terão recorrido, também, a financimento privado?

Da análise que pude fazer, o passivo do clube rondará, sensivelmente, os dois milhões/dois milhões e meio de euros. Para um clube como RAFC é significativo. A sua redução passará, necessariamente, pela venda de activos, mais precisamente de jogadores.

Perante este cenário, que resulta de uma análise minha, não muito aprofundada é certo, o que se poderá esperar do futuro?

Olhar para o lado e voltar-se a gestões anteriores, colocando em causa a sobrevivência do clube?

Ou pelo contrário, continuar a apostar na contenção, com riscos de se voltar a descer de divisão, e reduzir-se o passivo?

Como doente do RAFC desejo grandes vitórias e feitos.

Como sócio do RAFC não quero que o mesmo acabe. Fui educado a viver e a amar o clube. Ninguém gosta de ver os seus entes queridos falecer.

Por tudo isto, espero que a MISSÃO continue e que se tente diminuir o passivo, ano após ano.

SÓ ASSIM A MISSÃO SERÁ CUMPRIDA!

MISSÃO CUMPRIDA

Em Junho/Julho de 2004 PAULO CARVALHO reassumiu a presidência do Rio Ave F.C..

No seu elenco, finalmente, apareceram várias caras novas à frente dos destinos do nosso clube.

Nestes quatro anos, o Rio Ave F.C. desceu à II Liga, actualmente Liga Vitalis, lutou arduamente pela subida e finalmente regressou à I Liga (futura Liga Sagres).

Neste período de tempo, conseguiu promover os jovens jogadores de Vila do Conde, deu-lhes projecção internacional, tornando-se o Rio Ave um clube de referência nacional.

Deu credibilidade ao clube e relançou-o no panorama desportivo nacional.

Num período conturbado para o futebol, o Rio Ave não apareceu envolvido em nenhuma suspeita de tráfico de influências, corrupção, coacção, etc.

Em várias Assembleias Gerais, nomeadamente a última, foi claro quanto ao perigo que o clube correu (do ponto de vista financeiro) e que as dores de cabeça não tinham terminado. O clube ainda não estava estabilizado. No que foi corroborado pelo Presidente da Assembleia Geral, Engº Mário Almeida.

Apesar disso, apostou na equipa da época finda (jogadores e treinadores) e ganhou essa aposta.

No passado Domingo a MISSÃO FOI CUMPRIDA.