quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Pensar Rio Ave FC dois ...

Hoje vamo debruçar-nos sobre as opções de gestão do Rio Ave FC.
É certo e sabido que o Rio Ave FC não tem qualquer fonte de receita que não seja a que resulta do próprio produto futebol. Isto é, além das receitas dos sócios, patrocinadores, publicidade, jantares dos amigos do Rio Ave, televisão e transferências de jogadores, não tem mais nenhuma (não tem bingo, espaços que permitam dar de arrendamento, posto de combustível, ...).
Acontece que as receitas com transferências de jogadores não é certa e as receitas da televisão dependem do esacalão em que se estiver a competir.
Sabendo-se (ver orçamentos e relatório e contas dos últimos dez anos) que as receitas, grosso modo, na Primeira Liga atingem cerca de dois milhões de euros e na Segunda Liga andarão pelos quinhentos mil euros, não existem dúvidas que é fundamental permanecer na Primeira Liga.
Também (analisando-se os mesmos documentos) facilmente se conclui que esteja o Rio Ave FC na Primeira ou na Segunda Liga, ano após ano, as receitas não chegam para liquidar as despesas. Para que tal seja possível é obrigatório que o Rio Ave FC consiga transferir um ou dois atletas por época, a preços altos (no conjunto serão necessários cerca de um milhão a milhão e meio de euros, mantendo-se o mesmo tipo de equipas que se tem mantido nos últimos anos, senão serão precisos muitos mais euros).
A partir daqui há que encarar a realidade: ou o departamento de formação cria "craques" todos os anos, ou o departamento de prospecção descobre "craques" todos os anos, ou aparecem mecenas de algum lado, ou ano após ano vai-se aumentar o passivo, até se atingir o ponto de não retorno.
Perante este cenário - retirado dos documentos apresentados nas Assembleias Gerais dos últimos dez anos - pergunta-se: que caminho estamos dispostos a seguir?

8 comentários:

s.oliveira disse...

Eu gostaria que antes de ter passado ao ponto pensar 2 desse a sua opinião sobre a questão levantada no pensar 1 (SAD’s).

Anónimo disse...

Tem razão. Por isso vou colocar lá a minha opinião.

s.oliveira disse...

Um dos caminhos a seguir é o das conquistas. Não iniciar as épocas apenas com o fito da manutenção e tentar vencer uma das outras competições oficiais agora que premeiam monetariamente as vitórias e os vencedores. E não é tão inacessível quanto isso. temos melhor palmarés na Taça de Portugal, uma final e duas meias finais se não estou em erro, enquanto no campeonato os melhores resultados foram um quinto e um sétimo lugar.

Por poucos sócios que tenha e menos adeptos tenha ainda, a comercialização de produtos do clube não é de desaproveitar, basta aproveitar a carolice dos comerciantes locais para escoarem os mais variados produtos.
Foi isso o que aconteceu com os cromos, comerciantes houveram que os venderam sem lucro algum, apenas para ajudarem o Clube.

Por último e no que respeita aos dinheiros das TV’s, os clubes pequenos deveriam ser mais solidários uns com os outros e forçarem a uma distribuição mais equitativa do dinheiro daí proveniente
Com a situação que vivemos agora cada vez mais os europeístas ficam com a maior fatia do bolo, reforçam os seus planteis com parte desse dinheiro e depois alegam que eles é que fazem o futebol em Portugal funcionar.
Pudera, se eles recebem mais dinheiro injustamente e podem adquirir melhores jogadores, quem recebe pouco só pode aspirar a contratar um ou outro manco, passe a expressão o que acaba por desvirtuar o jogo.

Anónimo disse...

Pelo que é do conhecimento público quer o RA quer os outros clubes e sads todo os anos têm maiores ou menores dificuldades financeiras para cumprirem os compromissos que assumiram.
A falta de receitas para cobrir as despesas é uma realidade que todas as direcções invocam.
Se não é possível aumentar as receitas, não vejo outra solução que não seja a de reduzir as despesas. Caso contrário o futuro não será nada risonho.
Estar à espera de todos os anos se venderem jogadores é um muito arriscado, até porque nem sempre surgem bons valores e, também, nem sempre surgem compradores.
Não gostava de estar na pele dos directores. Têm muito que trabalhar.

Anónimo disse...

A gestão do RAFC passou, nos últimos quatro anos, por se ter vendido, bem, alguns jogadores.
Actualmente se olharmos para o plantel do RAFC, titulares, não se vê quem possa ser vendido: os novos não pertencem aos quadros do clube e os outros estão em fim de carreira.
A próxima época ou acontece um milagre ou aparece um mecenas, mesmo que nos mantenhamos na Liga Sagres. Em último caso aumentar-se-á a dívida, porque não acredito que se consiga constituir uma equipa minimamente competitiva com custos mais baixos dos que os actuais. Existe sempre a hipótese de os clubes amigos dispensarem jogadores, pagando eles os salários - continua ser o adiar do problema.
Defendo que para que o clube não fique definitivamente hipotecado (como esteve para acontecer em 2004/2005) que se alterem os estatutos e se responsabuilizem pessoalmente os directores pelas contratações e pela gestão que fazem - como acontece em outros clubes, a direcção cessante tem que deixar o passivo a zero. É uma questão a debater.

Anónimo disse...

Pelo que percebi no Rio Ave a direcção gera passivos. É preocupante para todos os sócios.

Anónimo disse...

Durante anos várias direcções preocuparam-se em conseguir que o clube tivesse receitas próprias, para além das obtidas com a própria actividade do futebol.
Por este ou aquele motivo não conseguiram alcançar esses objectivos.
O Presidente Carlos Costa, construiu uma grande equipa, mas sentiu na pele a falta de meios para a manter.
O Presidente Paulo Carvalho teve que ser mais pragmático, colocar ordem nas contas e optou por criar activos e vendê-los a bom preço. Deixou ainda alguns valiosos activos (Miguel Lopes, Sílvio, Fábio Faria, Vítor Gomes).
O Presidente António Campos optou por jogadores emprestados de outros clubes que relegam para segundo plano os atletas do clube.Jogadores emprestados que poderão aumentar a qualidade da equipa, mas não serão nenhuma mais valia para o clube. Por isso, será natural que o passivo do clube vá, novamente, aumentar, seja quem for o credor. Não nesta época, mas sim na de 2009/2010.
Qual a melhor solução? Apesar de tudo, sou dos que defendo a criação de jovens talentos, vendas logo que a oportunidade apareça e, se possível, nunca abaixo das cláusulas de rescisão.

Anónimo disse...

A gestão de um clube é muito diferente da das empresas. Simultaneamente tem de se conseguir as estabilidade financeira em atingir desportivamente os pontos necessários para se disputar a I Liga. O RA por si só não consegue gerar receitas para fazer face às despesas. Não acredito em mecenas - veja-se os que aconteceu as quem viveu de dádivas de presidentes, estão com muitas dificuldades, mesmo para fechar. Por isso deve-se apostar na formação em sempre que possível venderem-se jogadores.